Cirurgias de Ceratocone

Indicação:

O ceratocone é uma doença da córnea, denominada tecnicamente de Ectasia Corneana, mas que tem tratamento. O ceratocone faz com que a córnea fique bicuda, aumentando muito a sua curvatura e afinando a espessura corneana. Isso traz consequências visuais grandes ao olho do paciente.

As indicações dessa cirurgia são pacientes que possuem a doença em progressão ou querem melhorar a sua qualidade de visão.

1 – Crosslinking Corneano:

Cirurgia para promover a estabilização da doença, através de um endurecimento da córnea. Indicada em pacientes com doença progressiva.

Como realizar:

Após exame oftalmológico completo, associado à realização de exames complementares (Topografia e Pentacam), para acompanhamento e programação cirúrgica, agenda-se o procedimento, que é feito com intervalo de duas semanas entre os olhos, quando a indicação é tratar os dois olhos.

Equipamento:

Clique aqui e conheça o equipamento utilizado nessa cirurgia.

2 – Implante de Anel Intra Estromal:

Cirurgia para promover a regularidade da superfície da córnea, com o objetivo de melhorar a qualidade de visão.

Como realizar:

Após exame oftalmológico completo, associado à realização de exames complementares (Topografia e Pentacam), para programação cirúrgica, agenda-se o procedimento, que pode ser  feito inclusive nos dois olhos no mesmo dia, de acordo com cada caso.

Dúvidas frequentes

O ceratocone é uma doença da córnea, denominada tecnicamente de Ectasia Corneana.

O ceratocone é uma doença que faz com que a córnea fique bicuda, aumentando muito a sua curvatura e afinando a espessura corneana. Isso traz consequências visuais grandes ao olho do paciente.

Quando fechamos o olho, o que apalpamos é a córnea. Então, o primeiro anteparo da imagem do mundo com os nossos olhos é a córnea.

Existe uma lei chamada Lei de Pascal, que diz que num sistema fechado, os pontos de pressão serão os mesmos em todo o sistema. O olho sendo um sistema fechado, com a parte branca do olho (denominada esclera) sendo rígida e a córnea sendo mais elástica, sofre as diretamente a consequência dessa lei, pois ao se coçar muito os olhos, esse sistema fechado, que é o globo ocular, aumenta a sua pressão interna. Se a parte branca do olho é rígida e a córnea é mais mole ao se aumentar a pressão em todo o sistema, a córnea vai indo para frente. Como consequência vai ficando cada vez mais bicuda, e como consequência vai ficando cada vez mais fina.

Portanto, o paciente com predisposição genética, com histórico familiar de ceratocone e que coça muito os olhos, tem grande chance de desenvolver ceratocone durante sua vida.

Basicamente o diagnóstico do ceratocone pode ser feito clinicamente, naquele paciente no qual o grau de astigmatismo e de miopia na maioria das vezes vai progredindo associado com baixa de visão. É um diagnóstico clínico, geralmente nos casos mais avançados.

Nos casos mais brandos, ou seja, com pouca manifestação clínica, são realizados exames complementares como a topografia da córnea, que vai mostrar a curvatura da face anterior da córnea e tomografia corneana (Pentacam), na qual é possível avaliar a curvatura, a espessura e os mapas de elevação.

Basicamente, portanto, são duas as formas de diagnóstico do ceratocone. O diagnóstico clínico e o diagnóstico através dos exames complementares. Existe inclusive casos em que o paciente não manifesta clinicamente a doença e demonstra interesse em uma cirurgia para eliminar o grau do óculos, nos casos de miopia, hipermetropia, ou astigmatismo, e quando realizamos os exames pré-operatórios (topografia e tomografia da córnea) observamos um ceratocone incipiente (inicial), contra indicando o tratamento do grau do óculos, indicando-se o tratamento do ceratocone.

A decisão do tratamento ou não tratamento do ceratocone é multifatorial. Leva-se em conta, portanto, vários fatores. Idade, nível ou estágio da doença, se é um paciente alérgico ou não, se tem baixa de visão ou não.

Mas basicamente dividimos o tratamento do Ceratocone em dois grupos. Primeiro, vamos detectar se a doença é progressiva e indicar o tratamento para se estabilizar a progressão da doença. Nesse contexto, indica-se o crosslinking.

Crosslinking

O crosslinking é um tratamento da córnea, cirúrgico, onde se instila riboflavina, um derivado da vitamina B12, associado a aplicação de radiação ultravioleta bem próximo da córnea. Essa riboflavina em contato com a radiação ultravioleta fará ligações covalentes enrijecendo a córnea do paciente e fazendo com que a sua doença estacione.

No segundo grupo de tratamentos, temos as indicações para a melhora da qualidade de visão. Estes tratamentos podem ser realizados com ou sem a realização do crosslinking previamente, são eles:

Lentes Rígidas

O tratamento da visão do paciente com ceratocone também leva em conta vários fatores, mas seguindo um raciocínio lógico e coerente, se o paciente possui visão boa com o óculos, permanece com óculos. Visão não boa com o óculos indica-se a adaptação de lentes de contato rígida. Essas lentes vão criar uma superfície corneana uniforme, melhorando muito a qualidade de visão dos pacientes portadores de ceratocone que não se adaptam, ou que não melhoram a visão com o uso do óculos.

Implante de Anel Intraestromal

Se os óculos não dão visão, se as lentes de contato não são suportáveis pelo paciente por inúmeros fatores, indica-se uma terceira modalidade de tratamento que é um implante de anel intraestromal.

Os implantes de anéis intraestromais também tendem a gerar uma nova superfície corneana muito mais regular e simétrica melhorando e muito a qualidade de visão dos pacientes.

Transplante de Córnea

Nos casos muito avançados indica-se o transplante de córnea. O transplante corneano já foi há uma década o grande tratamento do paciente com ceratocone. Hoje com o crosslinking, conseguimos nos casos iniciais, estacionar a doença de tal forma que o transplante de córnea fica restrito a pouquíssimos casos.
Ainda, com as modalidade de tratamento que recuperam a visão do paciente mesmo em fases avançadas, os transplantes já não são mais indicados.
Mas para os pacientes que infelizmente buscaram o oftalmologista já numa fase muito avançada da doença, com uma córnea muito encurvada e muito afinada, a única solução talvez ainda seja o transplante de córnea.

Se não tratado da forma correta, sim, pode levar a cegueira. Lembrando que a cegueira não se restringe apenas ao conceito de não enxergar nada, pois mesmo enxergando, mas com qualidade que não permita a realização das atividades diárias, tem-se o diagnóstico de cegueira legal (comum nos casos avançados de ceratocone).

No entanto, hoje em dia, com as modernas técnicas de tratamento de reabilitação da visão, bem como o crosslinking corneano, dificilmente os pacientes evoluem para a cegueira.

O maior fator controlável da progressão e do surgimento do ceratocone é a coceira ocular. Controlável, uma vez que se pode tratar a alergia e orientar claramente o paciente a não coçar os olhos. Em muitos pacientes o único tratamento é orientar a parar de coçar os olhos. Tal fato já faz com que a doença não progrida.

Quando associado a histórico familiar, a chance de um paciente evoluir com ceratocone se coçar os olhos, é muito grande.

Não, mas podemos diminuir ao máximo as chances de ter ceratocone não coçando os olhos. No entanto, se a carga genética for forte e a córnea muito frágil, a doença aparecerá. O que podemos sim prevenir é a progressão da doença, com o crosslinking corneano, mas para isso, as consultas de rotina, com o médico oftalmologista, são fundamentais para detecção precoce da doença.

No inicio da doença não há sintomas. Com a evolução do quadro, se iniciam os sintomas visuais, decorrentes do encurvamento da córnea. No ceratocone o sintoma predominante e quase que exclusivo, é a baixa da visão.

Nos casos mais avançados pode se observar o encurvamento da córnea, tomando um formato cônico (Sinal de Musson) cone. A hidropsia corneana, que é o rompimento da camada mais interna da córnea, se manifesta por uma mancha branca, visível à olho nu, geralmente no centro da córnea.

Importante: A coceira não é sintoma do ceratocone, mas sim da alergia, que geralmente acompanha o paciente portador de ceratocone.

Não há dor na sintomatologia paciente com ceratocone.

Com o passar dos anos a nossa córnea se torna mais rígida, como consequência a córnea tende a encurvar e afinar menos, nos casos de ceratocone. Diz-se doença estável, aquela que a córnea parou de afinar e encurvar.

Não há uma regra bem definida sobre a idade em que se estaciona a doença, mas via de regra diz-se que a doença progride até os 40 anos.

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